30.11.07

Será uma novela?

Tenho uma amiga-irmã que diz que não assiste mais as novelas da TV porque os autores não têm imaginação, já que minha vida é muito mais imprevisível que qualquer novela. Exageros à parte, até que tenho vivido experiências ricas em emoção.
Casei-me a primeira vez aos 23 anos achando que seria para sempre. Ledo engano. Quatro anos após a festa estava separada e com uma filha de um ano e meio para cuidar. Vivi momentos difíceis, tive medo de não conseguir dar conta de tudo. Sobrevivi. Depois, envolvi-me com um grande amigo, engravidei, abortei – conto depois -, casei com ele, tive mais dois filhos e estivemos juntos por dezessete anos. Separei-me há pouco tempo. O engraçado dessa parte da história é que no filme do meu primeiro casamento ele aparece ao lado da esposa; os meus pais foram padrinhos do casamento dele. Éramos amigos de infância e até já frevamos juntos numa homenagem aos pais. Nunca imaginei que pudesse ser meu marido algum dia. Mas a gente não sabe o que o futuro nos reserva e isso é fantástico.
Há uns cinco anos o meu Príncipe Encantado, meu primeiro e único namorado – minha filha diz que sou a única mulher que ela conhece que só teve um namorado e três maridos – me procurou, via internet, e disse que sentia muito a minha falta, que sempre se lembrava de mim e que queria saber como eu estava. Fazia quase vinte e cinco anos que não nos víamos. Quase desmaiei na hora que vi o mail. Trocamos vários, nos falamos por telefone algumas vezes, mas continuamos sem pôr os olhos um no outro. Ele se separou, casou-se novamente. Eu me separei, casei novamente. Ma s a vida nos manteve distante.
Noutro dia, um pouco antes de minha separação, estava muito triste num shopping e resolvi tirar minhas alianças e ver como ficaria minha mão sem elas. Só que havia chorado muito e tinha tirado os óculos, pense numa mulher cega. Ele passou, olhou muito para mim, eu olhei para ele, mas não o vi. E eu estava sentada numa mesa colada à mesa dos filhos dele, tinha conversado com eles e tudo. De repente, senti meu coração disparar e intui que era ele. Minha amiga, que havia ido ao banheiro, procurou por ele com o olhar e o achou, ainda lívido com a situação. Não nos falamos.
Eu teria uma reunião logo após o almoço com um amigo para planejarmos uma palestra. Claro que o trabalho não rolou, pois estava descompensada. Meu amigo riu muito com a história, deu-me colo e hoje estamos juntos, vivendo o maior amor do mundo. E ainda dizem que a vida imita a arte. Até que minha amiga tem razão!

29.11.07

Agora é pra valer

Desde que resolvi ser escritora fiquei com receio de que meus textos fossem muito narcísicos, já que meu mestre havia ensinado que devemos ter cuidado para não ficarmos falando só sobre nossa própria vida. Então, escondi-me atrás de pronomes impessoais, de sujeitos ocultos e de personagens. Mas sentia que isso demonstrava que ainda estava usando minha pele de asno, que ainda estava sem coragem de mostrar a minha cara.
Resolvi que agora é para valer. Vou postar fotos, vou me identificar, vou falar de mim, sim, da minha história, das minhas experiências, das minhas alegrias e das minhas dores. Acredito que isso vai dar mais intensidade aos meus textos, já que serão mais verdadeiros, e que muitas outras mulheres comuns, como eu, poderão também se ver neles.
Vamos lá! Agora esse blog vai ser movimentado. Começo postando minha foto.
Meu nome é Patrícia. Tenho 45 anos. Nasci no Dia da Criança e acho que fiquei marcada pela ingenuidade da infância para o resto da vida. Acredito de verdade em fadas, duendes, que tudo está vivo e interconectado. Pense numa mulher que acredita na sabedoria do Universo! Sou libriana e adoro o belo.
Vou apresentar-me através dos arquétipos das Deusas. A minha Ártemis adora o contato com a natureza. Amo mergulhar no mar quentinho do nordeste brasileiro – até bebo a água salgada! -, adoro o silêncio do vento, encanto-me com árvores e flores. Sinto que a natureza é a expressão da Divindade, não importa o nome que damos a Ela. Já a minha Afrodite é a Deusa que me guia. Só consigo ficar numa relação se estiver completamente apaixonada. Graças a ela tenho dois ex-maridos e vivo um amor mágico. Hera me torna uma boa anfitriã e uma guerreira quando se trata de conseguir um objetivo. Deméter me realiza como mãe de três filhos lindos e ainda como mãe do mundo. Atena me ajuda muito a usar meu QI acima da média e me inspira a estar sempre começando novos projetos. Perséfone me leva ao Paraíso e ao Inferno e me faz conhecer minha sombra. Integrando tudo, reverencio a Grande Deusa, que reúne toda sabedoria feminina. Sempre disse que nasceria como mulher todas as vezes que tivesse a chance de reencarnar.
Bom, por hoje é só.