28.9.09



Fotos: Roberto Arrais


Às vezes, quando parece que vai dar errado, a gente percebe que o que deu, é que era o certo.
Neste final de semana, nada do que planejei aconteceu. Fiquei irritada, chateada, mais uma coisa fugindo do meu controle. De repente, fui vivenciando coisas tão mágicas, simples e doces, que me descobri sorrindo feliz.
Coloquei água no jardim, conversei com as formigas, grilos e rãs. Mergulhei num mar azul e morninho, junto com meu amado. Colhi tomates, pimentões, manjericão, hortelã, da horta de nossa cas, e fiz um peixe delicioso – é verdade que ficou um bocado salgado -, mais uma vez, ao lado do meu amado. Tomamos um café da manhã tendo uma vista de tirar o fôlego à nossa frente. Compramos plantas, fomos a uma feira de livros, namoramos muito, de um jeito maravilhoso que só um treinamento de guerrilha pode proporcionar.
Fiquei escondida no carro durante um enterro, pois minha roupa estava completamente inadequada. Almoçamos, fomos a um chá de fraldas de uma mamãe que amo muito, passeamos pela Cultura e terminamos num campo de futebol, gritando goooooooooooooooooool.
Coisas simples qua ganham um brilho maior só porque estão recheadas de amor.
Lembro-me, então, de Adélia Prado, no poema em que relata a limpeza, a altas horas da madrugada, de um peixe pescado por seu marido. Sai ela contando o quanto é especial ficar ao lado dele, tirando as escamas e ouvindo o seu relato da pescaria.
Cumplicidade. Companheirismo. Paz.Foi assim com ela, está sendo assim comigo.

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