5.5.07

Aliança quadrada

No curso que faço para aprender a ser uma escritora das boas, tive uma aula sobre poesia. Falamos lá sobre as coisas que às vezes são semelhantes a formas quadradas e que nos limitam e nos enrijecem. O quadrado da cama, da janela, do elevador, do carro. Tudo certinho, exato. Relacionamos a espiral com a poesia e com a liberdade de expressão.
Aí fiquei pensando que a aliança de ouro dos casamentos não deveria ser redonda; deveria ser quadrada, bem quadradinha. Ela é o símbolo de muitos aprisionamentos. Alguns e algumas a retiram do dedo quando querem seguir seus desejos e agir como se fossem livres. Muito triste esse ‘como se fossem livres’. Muito triste.

2.5.07

As Três Marias

Três Marias no céu,
Três marias na barriga
Percorridas por dedos e língua.
Saudades dos desejos, dos corpos trêmulos de paixão.
Quisera sentir novamente o sangue traduzindo o fogo e o medo da revelação do segredo.
Depois me perdi de mim.
Hoje, apenas solidão.
Três Marias no céu.
Três Marias na barriga.

ARROGÂNCIA

Não posso deixar de pensar nos políticos quando falo ‘arrogante’.
Na hora do pega, colocam a máscara do bonzinho e saem pelas casas e pelas ruas suplicando votos. Depois de eleitos, passam álcool nas mãos a cada contato com o eleitor.
Também me lembro dos preconceituosos que se acham melhor que os outros por causa da cor. Ouvi noutro dia uma discussão sobre como os negros são feios e menos inteligentes que os brancos. Fiquei com o estômago embrulhado. E olha que eram pessoas educadas, bem sucedidas profissionalmente. Claro que brancas. Lembrei-lhes que geneticamente somos quase iguais às moscas e praticamente idênticos aos macacos. As raças não levam a superioridades. Arrepio-me só de pensar em Hitler com a raça ariana. E isso ainda acontece no século XXI. Acho que o cara lá de cima não deve estar muito satisfeito com o que a gente anda fazendo por aqui. Está na hora de uma faxina geral mesmo. Que venha o Apocalipse!