Sexta-feira, 13, as bruxas andam soltas. Bruxa que sou, resolvi pegar minha vassoura e voar. Lá de cima vi coisas difíceis de acreditar, de tão absurdas, até pareciam coisas de novela.
Era a final do campeonato de vassoura-ball e estava ansiosa para o jogo, assim como meu marido. Fomos logo cedo para o estádio, mas tivemos a maior surpresa quando descobrimos que nossa vassoura havia sido roubada. Entre irmos para a polícia prestar queixa e irmos para o estádio, escolhemos a segunda opção. Ligamos para a seguradora e esta acionou a polícia. Aproveitamos cada segundo do jogo e nosso time foi campeão. Eu e meu marido curtimos a vitória como muitos beijos e carinhos. Parecíamos dois adolescentes. É estranho dar beijo de língua em público. Voltamos para casa exaustos e tranqüilos, já pensando na comemoração do Dia dos Namorados.
Flores ao amanhecer. Caixa com champanhe, taças, chocolates com pimenta, calcinhas, óleos de massagem, pirulitos eu te amo, dadinhos e cremes eróticos, um cartão imenso falando do tesão de fazer amor. Roupa nova, onça na intimidade. Almoço regado à cerveja gelada, sorvete e uma tarde inteirinha sob/sobre lençóis macios. Que delícia!
O melhor de tudo foi que, logo cedinho, descobrimos que nossa vassoura havia sido roubada pela ogre mais feia e má da cidade, pois estava morta de inveja e ciúme do nosso amor e havia planejado a operação com o objetivo de estragar nossa felicidade. Coitada. Ficou com a vassoura e eu espero que tenha feito um bom uso dela pelo menos no Dia dos Namorados, já que não tinha com quem/que se enroscar porque sua maldade afastava todo mundo.
Depois que uma ogre toca um objeto temos que jogá-lo fora e já compramos vassoura nova.
Eu e meu marido continuamos vivenciando o nosso amor. O feitiço saiu contra o feiticeiro. Sai de retro, Satanás! Ah! Ah! Ah!
Venho aprendendo novas formas de ler o mundo. Agora, através da literatura, a arte tomou posse de minha alma. O Caleidoscópio é um brinquedo que muda a configuração de uma mandala a cada novo movimento. Acho que sou um Caleidoscópio.
13.6.08
9.6.08
Há algum tempo escrevi um texto sobre uma festa de casamento em que estavam presentes todos os ex do casal, amigos e familiares. Recebi muitos mails de felicitações pelas mudanças em minha vida e achei aquilo tudo muito estranho, pois o texto era uma ficção do início ao fim.
Por voltas que a vida dá e a gente não sabe explicar, separei-me e me casei novamente, mesmo sem a tal festa. Fui caminhando por outros lugares, conhecendo pessoas e aprendendo muito.
Na semana passada meu ex-sogro faleceu e eu, que estava em pé de guerra com meu ex-marido, o segundo, para especificar melhor, fui correndo ao seu encontro para lhe dar carinho e apoio. Nesse momento todas as desavenças e mágoas ficaram tão pequeninhas. O que eu queria era dar-lhe o colo que tive dele quando fui eu que perdi a minha mãe.
Encontrei-o sentado em uma cadeira, ao lado da sua namorada atual, e dirigi-me para abraçá-lo. Alisei sua cabeça, disse-lhe palavras de conforto, chorei a minha e a sua dor. Ajoelhei-me a seu lado e fiquei alisando e beijando suas mãos, tentando dizer-lhe que tivesse forças e confiasse no tempo como o grande curador. Só podia compartilhar o que tinha aprendido e, também, o meu amor. Não é mais o amor de marido e mulher; é um amor que ultrapassa papéis, situações e o tempo. Sei que estamos ligados por uma energia amorosa e, por isso, quero o seu bem.
Do hospital liguei para sua primeira ex-mulher e avisei do falecimento de seu ex-sogro, pedindo-lhe que comunicasse e apoiasse o filho deles. Quando saí de lá fiquei pensando que no dia anterior havia chorado muito com minha advogada discutindo os detalhes da pensão alimentícia para os nossos filhos e resolvendo a divisão dos bens que adquirimos juntos. Tudo ficou tão ridículo.
Fui ao velório com nossos filhos e minha filha, fruto do meu primeiro casamento. Meu pai foi depois; eram amigos-irmãos e a coroa de flores trazia um trecho da música/poesia de Mílton Nascimento: Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito. Fazia tempo que não via a família do meu ex e foi difícil reencontrar pessoas amadas que agora não eram mais parte do meu círculo familiar. Abraços e lágrimas se repetiram muitas e muitas vezes. Meu ex-marido chegou depois com a namorada.
Na missa de corpo presente, celebrada pelo padre que minha ex-sogra queria graças à intervenção da irmã do meu esposo, olhei muito para meu ex-marido enviando-lhe muito força. Amparei filhos, pai; fui acolhida por amigos. Na hora do caixão seguir para o túmulo, estava do lado de fora com nosso filho mais velho, que chorava muito. Meu ex-marido vinha à frente do cortejo e fez sinal para que nosso filho fosse para junto dele. Dirigi-me com ele. Demo-nos as mãos. Nosso filho caçula chegou com minha filha e também demo- nos as mãos. O filho mais velho de meu ex-marido veio com sua mãe e engrossaram a fileira. Seguimos assim, todos juntos, até o local em que o caixão seria colocado.
Ao final de tudo, mais abraços, mais carinho, mais conforto.
Saí feliz com o exemplo de amor e respeito que havíamos dado. Meu ex-marido, com suas ex-mulheres, seus filhos, minha filha, sua namorada atual, todos juntos contando uma história de amor. Acho que o Grande Espírito também ficou feliz com seus Filhos e meu ex-sogro descansou em paz.
Por voltas que a vida dá e a gente não sabe explicar, separei-me e me casei novamente, mesmo sem a tal festa. Fui caminhando por outros lugares, conhecendo pessoas e aprendendo muito.
Na semana passada meu ex-sogro faleceu e eu, que estava em pé de guerra com meu ex-marido, o segundo, para especificar melhor, fui correndo ao seu encontro para lhe dar carinho e apoio. Nesse momento todas as desavenças e mágoas ficaram tão pequeninhas. O que eu queria era dar-lhe o colo que tive dele quando fui eu que perdi a minha mãe.
Encontrei-o sentado em uma cadeira, ao lado da sua namorada atual, e dirigi-me para abraçá-lo. Alisei sua cabeça, disse-lhe palavras de conforto, chorei a minha e a sua dor. Ajoelhei-me a seu lado e fiquei alisando e beijando suas mãos, tentando dizer-lhe que tivesse forças e confiasse no tempo como o grande curador. Só podia compartilhar o que tinha aprendido e, também, o meu amor. Não é mais o amor de marido e mulher; é um amor que ultrapassa papéis, situações e o tempo. Sei que estamos ligados por uma energia amorosa e, por isso, quero o seu bem.
Do hospital liguei para sua primeira ex-mulher e avisei do falecimento de seu ex-sogro, pedindo-lhe que comunicasse e apoiasse o filho deles. Quando saí de lá fiquei pensando que no dia anterior havia chorado muito com minha advogada discutindo os detalhes da pensão alimentícia para os nossos filhos e resolvendo a divisão dos bens que adquirimos juntos. Tudo ficou tão ridículo.
Fui ao velório com nossos filhos e minha filha, fruto do meu primeiro casamento. Meu pai foi depois; eram amigos-irmãos e a coroa de flores trazia um trecho da música/poesia de Mílton Nascimento: Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito. Fazia tempo que não via a família do meu ex e foi difícil reencontrar pessoas amadas que agora não eram mais parte do meu círculo familiar. Abraços e lágrimas se repetiram muitas e muitas vezes. Meu ex-marido chegou depois com a namorada.
Na missa de corpo presente, celebrada pelo padre que minha ex-sogra queria graças à intervenção da irmã do meu esposo, olhei muito para meu ex-marido enviando-lhe muito força. Amparei filhos, pai; fui acolhida por amigos. Na hora do caixão seguir para o túmulo, estava do lado de fora com nosso filho mais velho, que chorava muito. Meu ex-marido vinha à frente do cortejo e fez sinal para que nosso filho fosse para junto dele. Dirigi-me com ele. Demo-nos as mãos. Nosso filho caçula chegou com minha filha e também demo- nos as mãos. O filho mais velho de meu ex-marido veio com sua mãe e engrossaram a fileira. Seguimos assim, todos juntos, até o local em que o caixão seria colocado.
Ao final de tudo, mais abraços, mais carinho, mais conforto.
Saí feliz com o exemplo de amor e respeito que havíamos dado. Meu ex-marido, com suas ex-mulheres, seus filhos, minha filha, sua namorada atual, todos juntos contando uma história de amor. Acho que o Grande Espírito também ficou feliz com seus Filhos e meu ex-sogro descansou em paz.
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