16.12.14

Finalmente, sentada na minha nova sala de trabalho em Maria Farinha. Internet, impressora, vista linda para o mar. Filhos bem acomodados, cachorras brincando no jardim, marido plantando pimentas e fotografando tudo. Sem mais desculpas para fazer, e bem, o que vim fazer aqui nesse mundo: escrever.
Desnudar-se.



27.4.14

Viu, não viu, piscou. Miragem? Alucinação?
E ele estava sentado no banco, com os pés sobre seu pedacinho de chão. Era o rei daquelas bandas.
Em que tempo? Em que lugar? Tudo tão familiar...
Os bancos brancos, desenhados à mão, o lampião iluminando o jardim. Tantas sonhos compartilhados, tanto amor vivido. Os primeiros passos, as primeiras descobertas.
Arrancaram-se os bancos, tirou-se o poste e tudo foi transportado para além. Será que foram levados também os segredos guardados no coração? Ou ficaram naquele outro jardim, enterradas sob a grama, as recordações das histórias vividas?
Às vezes, para evitar a dor da saudade, é melhor fingir que nem aconteceu.