27.4.14

Viu, não viu, piscou. Miragem? Alucinação?
E ele estava sentado no banco, com os pés sobre seu pedacinho de chão. Era o rei daquelas bandas.
Em que tempo? Em que lugar? Tudo tão familiar...
Os bancos brancos, desenhados à mão, o lampião iluminando o jardim. Tantas sonhos compartilhados, tanto amor vivido. Os primeiros passos, as primeiras descobertas.
Arrancaram-se os bancos, tirou-se o poste e tudo foi transportado para além. Será que foram levados também os segredos guardados no coração? Ou ficaram naquele outro jardim, enterradas sob a grama, as recordações das histórias vividas?
Às vezes, para evitar a dor da saudade, é melhor fingir que nem aconteceu.



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