26.12.06

Caduquices?

Venho notando que ando meio esquisita de uns tempos pra cá. Comecei a fazer faxina na casa, na casa de praia, no consultório, nos livros, nas pastas – até nas de mails. Reorganizei os altares que tenho e que agora são três, já que tenho três espaços sagrados (casa, praia e consultório). Revi agendas antigas, cadernos de anotações. Até que fiquei satisfeita, pois não encontrei muita coisa que deixei de fazer e, sim, muita coisa que gostei de ter realizado.
Notei também que os aparelhos eletrônicos com os quais me relaciono começaram a demonstrar vida própria, pois não desligavam quando eu repetidamente apertava o OFF e só ligavam quando queriam, por mais que eu apertasse o ON.
E, como a Emília de Lobato, danei-me a pensar umas coisas malucas a partir do que venho lendo, vendo, ouvindo e experienciando.
Descobri, por exemplo, que a medicina ocidental trata do meu corpo físico, justamente aquele que vai ser comido pelas baratas quando eu morrer e que não vai mais me ser necessário com saúde do lado de lá! Acredito que a doença é uma linguagem da alma e que quando alguma coisa não vai bem na harmonização de tudo que somos nós, essa desarmonia se manifesta no corpo biológico. Para que o fluxo de energia siga seu rumo natural, faz-se necessária uma intervenção na causa deste 'entupimento do fluxo' que pode estar em qualquer um dos nossos corpos energéticos. Então, resolvi que se adoecer gravemente irei tratar de cuidar dos corpos que levarei quando da minha passagem para uma outra dimensão. Aliás, acho que já comecei a cuidar, pois tenho vivenciado muita coisa boa e saudável, como yoga, meditação, caminhadas, banhos de mar, dengo, carinho, sopas e chás, além de boa música e boa leitura.
Outra coisa que me peguei pensando foi sobre o processo de individuação de Jung, a harmonização dos chakras e o caminho das Deusas de Roger Woolger. Quando chegamos à Terra, precisamos da energia do corpo físico e a sobrevivência é o nosso objetivo. Ártemis é a nossa aliada. Passamos para a adolescência e Afrodite nos rege, pois a sexualidade vai ser a energia predominante, já que precisamos garantir a espécie. Sentimos a necessidade de conquistar o mundo, pois a nossa casa e o nosso corpo já não nos cabem. Hera nos ajuda a conquistar o poder, reinando absoluta na casa e fora dela. Aprendemos que precisamos colocar amor no que fazemos, pois só com os planos da razão ficamos no vazio e nesse difícil processo temos as bênçãos de Deméter. Ficamos tão sabidas que sentimos vontade de sair pelo mundo compartilhando tudo que aprendemos e Atena nos ajuda a enfrentar o mundo, mostrando-nos inteira. A maturidade vai dando lugar à velhice e aprendemos que não adianta conquistarmos o mundo senão conquistarmos o nosso interior e começamos um profundo mergulho na nossa alma. Ninguém melhor que Perséfone para nos guiar nesta viagem ao mundo das trevas. Para as que conseguem a iluminação, a Grande Deusa, Gaia, manifesta-se plenamente e temos a possibilidade de conexão direta com o Sagrado e podemos partir para outras moradas.
Por último, ouvi uma palestra em que falava que o número 666 seria o padrão energético da Terra e que o 999 seria o do 'Céu'. Pensei no 69 que conhecemos como uma posição do jogo sexual e me dei conta que é exatamente o símbolo do TAO, que é o Todo, o yin-yang, o encontro do feminino com o masculino. Fiquei encantada! Lembrei-me que quando nascemos o céu nos dá o mapa, as dicas, as orientações do que iremos viver aqui e que devem existir muitos outros sistemas simbólicos que nos acompanham e nos guiam na nossa jornada. Pena que não temos olhos para vê-los.
Claro que não canalizei tudo isso. Tenho aprendido com pessoas especiais, com autores maravilhosos, com poetas, com artistas, com mestres disfarçados de gente comum e, principalmente, com a vida.
Acho que sabem que estou fazendo um curso para liberar a criatividade na minha produção escrita. Então, fica a pergunta: ficção ou realidade?

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