21.7.07

Granito

Noutro dia estava olhando uma pedra de granito com a luz iluminando sua superfície. Fiquei encantada. Parecia que ali estava cheio de estrelas que piscavam me chamando para uma viagem. De verdade, eram pedacinhos de pedras fixos em um único lugar.
Às vezes, a vida da gente é assim. As coisas do mundo nos chamam e ficamos estatelados como pedras, imóveis, com medo do movimento, do desconhecido.
‘É melhor um pássaro na mão que dois voando’, ‘seguro morreu de velho’, e são tantos os ditos da sabedoria popular que refletem a necessidade humana de segurança. O imprevisível nos assusta. Por que será que o mar nos fascina? Suas ondas indo e vindo, o insondável de sua profundidade, isso de alguma forma hipnotiza a alma. Talvez o segredo esteja aí: precisamos de ritmo em nossas vidas, a contração e a expansão do Universo, o pulsar do coração, a inspiração e a expiração dos pulmões, o dia e a noite, o sol e a lua. Uma vida cheia de certezas é tão sem graça. A aventura nos captura.
Já dizia o poeta, ‘como será o meu destino?’.

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