6.8.07

Se lave-se

A gente aprende muito numa com conversa de mulheres. Noutro dia, uma amiga estava me contando sobre uma experiência que uma amiga dela teve com o marido. Era Dia dos Namorados. Ela havia ido antes para a casa de praia deles e preparado um jantar todo romântico, com velas, flores, incenso, vinho, tudo em tons vermelho, comprado uma camisola nova, colocado uma música para dançar agarradinho, tudo no clima para uma noite de amor. Quando chegaram lá o marido não fez comentário algum sobre o cenário, pegou o vinho, abriu, encheu as taças, começou a tomar, sem brindar, e ligou a televisão. A amiga da minha amiga respirou fundo, tentou relevar, pensando que os homens são assim mesmo, e continuou tomando vinho ao lado do seu amado. Depois de algumas taças, ele virou para ela, apontou para o andar de cima e disse “Se lave-se, porque hoje vai ser por todo lado”.
Pronto, aí acabou todo o clima, todo o desejo de fazer amor. Agora, o que iria rolar, se rolasse, seria uma trepada sem graça, sem carinho. Talvez, a amiga da minha amiga nem gozasse, sem visitasse o jardim das delícias. Já o seu marido, iria fazer a farra e, o que é pior, achando-se o homem mais gostoso e poderoso do mundo. Coitado, não entende nem um pouco a alma feminina.
Mas o que me impressiona nessa história toda, muitas mulheres vivem essa mesma experiência com pequenas modificações, é o que nos leva a continuar numa relação como essa. Medo da solidão? Medo de ser rotulada? Medo de se sentir fracassada? Os homens são todos iguais?
Talvez, quando cada mulher começar a se amar, a se respeitar, tenha coragem para querer mais da vida e dos seus amores.

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