27.4.10

Na semana passada, li alguns textos sobre os livros e as crianças e, confesso, fiquei impressionada como negamos o mágico e privilegiamos a racionalidade.
Um dos textos era uma matéria no jornal que falava sobre a inauguração de uma biblioteca infantil, especializada em livros para crianças de 0-6 anos. Tudo ressaltava a importância de se contar histórias para as crianças, pois isso geraria novas sinapses e desenvolvimento cognitivo.
A outra situação envolvia um site que noticiava um projeto de uma gincana de leitura e produção de textos, realizado pela rede municipal, onde os gestores destacavam a importância do ato de ler para a melhoria do processo educacional.
Claro que sei que isso tudo é verdade.
Mas acredito que ler é bom porque é prazeroso. Ficar sentada, ou deitada, com um livro é algo do reino da magia. Não tem que ter um objetivo, uma meta a ser alcançada. Parece que nossa sociedade não aceita o ócio e o prazer apenas pelo prazer.
Nas discussões sobre a importância do brincar é a mesma coisa. A criança deve brincar porque isso promove seu desenvolvimento, dizem os especialistas. Há brinquedos vendidos com manual pedagógico, ou seja, quais os aspectos que a criança irá desenvolver com aquela brincadeira.
Uau! Choco-me com esta rotina imposta para o êxito. Parece-me um programa de qualidade total.
E viver é muito mais que isso.
Todo mundo sabe que fazer amor faz bem para a pele, para o coração, para os músculos, para todo o corpo e ajuda as pessoas a ter uma vida saudável. Então, vamos ser estimulados a fazer amor porque faz bem para a saúde?! E o prazer? a alegria de sentir nossas almas unidas pelo encontro de nossos corpos?
Abaixo a vida vivida pelas metas e objetivos a serem perseguidos.
Lembrando o poetinha, 'a vida só se dá pra quem se deu'.

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