17.6.07

Finitude

De repente, senti aquela coceira no braço. Olhei e tomei o maior susto, pois nunca tinha visto uma criaturinha daquela. Era um fio de linha verde, de um verde vivo e alegre. Só isso que era. E se mexia! Juntava-se todinha e arremessava para frente, em linha reta, a parte da frente – onde seria atrás? – de seu corpo – corpo?. E assim, encolhendo-se e expandindo-se, movimentava-se.
Fiquei estupefata. Como um ser tão pequeno, tão fino, poderia agir no mundo? Como fazia isso? Obedecia a ordens de onde? Se existia um cérebro, onde se localizava? Não sei seu nome, de onde veio. Ínfima, insignificante e tão toda. Seu mistério me capturou. Lembrou-me da aranha de meu banheiro. Pequena, frágil, com suas patas que parecem que vão se partir a qualquer instante, e poderosa quando constrói sua belíssima teia. Uma verdadeira obra de arte. O todo no nada.
Talvez, ser grande é simples assim. É só cumprir seu destino.

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