12.7.08

Meu marido estava no Japão e ligava sempre para conversarmos por telefone. Num desses encontros, começamos a falar sobre as datas. ‘Aí já é sábado. Ainda estou na sexta’, disse-lhe eu. Depois que desligamos fiquei pensando, confesso que perplexa, sobre essa coisa louca que é o tempo. Ele estava no meu amanhã; eu estava no ontem dele; encontrávamo-nos no presente, no instante t em que nossos corações pulsavam, em que respirávamos o mesmo ar, ainda que distantes fisicamente.
Já havia lido sobre isso, mas nunca tinha vivido a experiência. Acho que magia é assim. Fantástico! Tudo é relativo.
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Noutro dia, uma forte chuva caía sobre a cidade. Ao entrar em minha rua, dirigindo o carro, deparei-me com uma verdadeira piscina. A rua estava completamente cheia d’água. Reduzi a marcha e um sentimento de irritação tomou conta de mim. ‘Essa cidade só existe sem chuva’, reclamei, falando sozinha.
Olhei de lado e vi dois meninos, de uns 12 anos, brincando e nadando naquela água. Sorri intimamente, pensando que o que estava sendo um transtorno para mim era uma alegria para eles.
Segui com cuidado para não atrapalhar a brincadeira. De repente, eles vieram para frente do carro e pediram para que passasse correndo e fizesse onda. Acatei na hora a sugestão. O carro na água provocou um verdadeiro tsunami. Olhei pelo espelho retrovisor e me encantei com os dois meninos gargalhando e rolando na água.
Fantástico! Tudo é relativo.

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