13.10.08

Se Maomé não vai à montanha...























Neste final de semana levamos livros para a feira de Lagoa dos Gatos. Foi uma experiência e tanto. O trabalho começou bem antes, com a separação dos livros, o transporte para a barraca logo cedinho, as bolhas de sabão. As pessoas se aproximavam um pouco desconfiadas, pegavam os livros, perguntavam se tinham que pagar alguma coisa. Quando descobriam que poderiam levar quanto livros quisessem e de graça, o entusiasmo se revelava no brilho do olhar. Apareceram crianças, idosos, jovens, professoras. “Tem livro de poesia? Eu queria um que me mostrasse todos os países do mundo. Tem Paulo Coelho? Quero de Cinderela. Tem de Psicologia? Adoro Paulo Freire. Posso levar muitos para trabalhar com meus alunos em sala de aula? Queria um de Matemática. Tem de Biologia? Adoro romances. Já li Machado de Assis, tem aí?”
De repente, nossa barraca estava lotada e mal conseguíamos atender todo mundo. Anotávamos nomes e livros e só.
Deu certo, muito certo, pois emprestamos mais de 200 livros. Uma criança que estava ajudando o pai na banca da feira veio um montão de vezes e pegava mais livros e lia lá mesmo e pegava mais. Algumas mães vieram devolver os livros com medo que seus filhos os rasgassem. Insistimos que levassem os livros e que não teria problema se isso acontecesse, pois as crianças precisariam entrar em contato com o mundo da leitura.
Saímos exaustos e felizes, comprometendo-nos a voltar dentro de um mês.
À tarde, mais cultura. Exibimos filmes da Turma da Mônica numa escola pública de uma comunidade carente. Conversamos sobre a vida na cidade grande e a vida no campo e descobrimos que as crianças preferiam a tranqüilidade da vida numa cidade do interior. Distribuímos bombons, pipoca e refrigerante. Brinquedos e dudus na saída.
Organizamos também a exposição de fotografias Então, é Primavera noutra escola pública do município, oportunizando o contato de jovens com o mundo da fotografia.
O ritmo das atividades foi intenso, trabalhamos muito, mas voltamos realizados e conscientes de que apenas começamos a caminhar, pois a jornada é longa e há muito ainda por ser feito.
Valeu!

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