10.2.09


Gosto de inventar coisas diferentes para fazer. Tive a fase da costura, das caixinhas de madeira, dos quadros e tantas outras que nem lembro agora. Sempre, porém, me acompanha a paixão pela leitura e pela possibilidade de viver o mundo através da escrita.
Quando estava pintando caixas de madeira, percebi que sentia um certo incômodo quando as cedia para uma outra pessoa. Elas iriam viver longe de mim e não poderia mais apreciar sua beleza, seus detalhes. Cada peça era única e eu ficava com saudades das minhas criações, como uma mãe sente falta dos filhos ausentes.
Com um texto é diferente. Escrevo-o, posso enviá-lo pela internet para uma enorme lista de amigos, coloco no blog, publico no livro, vários exemplares do mesmo livro, e o espalho pelo mundo afora. Mas ele continua sendo meu e fica pertinho de mim, no computador, na folha de papel ou no livro. Sinto como o peixe que Jesus multiplicou e que não acabava nunca. Quanto mais pessoas têm acesso ao texto, mas ele me pertence porque posso trocar idéias sobre ele com mais gente e mais vida ele ganha.
O mundo das idéias e o mundo dos objetos... reflexões filosóficas desde que o mundo é mundo.

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