13.3.10









Às vezes, quando me deito para dormir, fico pensando na minha agenda do dia e me surpreendo com a quantidade e com a diversidade das coisas que vivi. Nestas últimas semanas observei mais esses aspectos e fiquei feliz com o que encontrei em minhas lembranças. Fiz palestra sobre o uso das tecnologias na educação, numa sala super moderna em uma universidade particular; dois dias depois estava numa escola pública municipal, onde atuo como voluntária, acompanhando minha filha que foi trocar experiências com os alunos sobre sua exposição de fotografias de flores; ainda apareci por lá, em um outro momento, para conversar sobre mulheres. E, por falar nelas, depois da palestra cheia de objetos tecnológicos, deliciei-me pintando caixinhas de madeira para distribuir com mulheres especiais na comemoração do seu dia e as distribui numa outra palestra que fiz para mulheres que cuidam do meio ambiente da cidade e para as que eu cuido no consultório, além de algumas outras que cuidam de mim. Comprei remédios para meu pai, organizei, junto com marido e filhos, uma roda de amigos aqui em casa para conversarmos sobre o mundo - uma experiência fantástica. Também organizei uma almoço para primos queridos que vieram da Holanda e fui para a cozinha preparar alguma coisa especial para compartilharmos à mesa, saboreando um bom vinho. Trabalhei no consultório, trabalhei como escritora, fiz feira, naveguei na internet, recebi agulhas e energia de uma bruxinha linda, divulguei o trabalho de uma xamoa que encontrei na Sibéria, tomei suco de laranja, ouvi música, dei e recebi carinho de pessoas muito importantes para mim, acompanhei meu marido no enterro de uma amiga querida. No dia das mulheres, depois de doar energia, fui, junto com minha filha, para a praia para tomar banho de mar e me reabastecer - entrei em suas águas mornas às cinco horas da tarde, com o sol se pondo. Preparei para ela um delicioso banho de banheira, com direito a incenso e velas, e joguei tarô para que o Universo a orientasse neste novo ano que se inicia. Coloquei água nas plantas de nosso jardim. Visitei outra faculdade com possibilidades de trabalho. Distribui mudas de árvores na ponte, fui homenagear um homem feito de ferro e flor. Conheci um santuário escondido entre portas e portais numa casa tão mágica quanto o buraco da árvore de Alice, em pleno Recife Antigo. Cantei parabéns para nossa cidade e fui visitar a exposição de minha prima num restaurante aconchegante. As coisas não estão narradas exatamente na ordem em que aconteceram, mas retratam o meu cotidiano nestes últimos dias. Quando cheguei na terapia, conversei sobre tudo isso e sobre como estava me sentindo inteira e feliz por transitar por estes papéis sem me sentir dividida. Lembrei-me do presente que dei a minha filha linda no dia das mulheres: um globo iluminado com um cartão que dizia "O mundo é uma invenção sua. Ilumine-o com sua luz". Tenho inventado o meu mundo, tenho escrito a minha história e estou feliz. Se a amiga morte chegar, irei tranquila pois vivi a vida que quis e não guardei meus desejos escondidos em meu coração.

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