1.6.08

Compra-se tudo?

Estranho essa coisa da gente se fazer presente pelas coisas que compra. Noutro dia uma amiga me contou que a atual esposa do ex-marido dela estava tentando comprar seu espaço. Achei esquisito e pedi para explicar melhor. Falou que ele sempre fora um furão e que havia conquistado muito do que era à custa dos esforços da minha amiga e que ficava se amostrando como se as vitórias fossem dele – este fora um dos motivos da separação. Para todo o círculo de amigos em comum ele se apresentava como um homem simpático e agradável, distribuindo uísque e churrasco financiados pelo bolso de minha amiga. Agora, sua esposa chegava cheia de presentes para as amigas íntimas de minha amiga – mulheres que ela nem conhecera antes – como se já existisse uma intimidade de muito e muito tempo. Também dera para comprar roupas e sapatos para os filhos do marido, como se tivesse assumido a total responsabilidade por eles. Para completar o circo, mandara levar para casa da minha amiga um monte de comida sofisticada porque as crianças adoravam comer aquelas guloseimas todas. Era verdade que a tal esposa tinha uma excelente situação financeira, mas minha amiga achava muito engraçado todas essas tentativas dela de se mostrar como a boazinha e que sempre agradava todo mundo. O que eu achava incomum era que minha amiga não se incomodava com tudo isso e dizia que esses valores não eram os dela, mas que achava que o casal da vez era o par perfeito, pois compartilhavam as mesmas atitudes.
Até que entendi a atitude da atual esposa, já que essa minha amiga é uma daquelas pessoas que são realmente inesquecíveis e não deve ser nada fácil ocupar um lugar que havia sido dela. Duro, muito duro conviver com seu fantasma.

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