25.3.09

Dei uma lida nos textos que escrevo e percebi que são sempre cheios de energia e de garra. Imagino que se alguém estiver com o astral baixo, precisando daquela força, vai terminar a leitura mais animado, com mais vontade de fazer algo pelo mundo e com a certeza de que pode escrever sua própria história.
Mas, hoje, o texto vai sair diferente. Estou mais quietinha e querendo colo, carinho e dengo. Às vezes é difícil canalizar as forças do Sagrado e o que preciso mesmo é que anjos derramem suas bênçãos sobre meu corpo cansado.
Aprendi com a Psicologia que o corpo fala e que a doença é uma linguagem da Alma. Quando fico dodói, sei que meu corpo está tentando me mostrar onde devo harmonizar minhas energias. Estou sofrendo agora as conseqüências da surdez temporária que vivi durante o tempo que precedeu o final do meu casamento anterior, quando não quis escutar o que todo o meu ser clamava: o meu feminino estava ferido. Levei tempo demais para agir e a ferida da Alma fez seu registro no organismo. Confirmo na prática a teoria que sempre defendi.
Quis falar sobre esse tema porque desejo que minha filha seja mais rápida e não precise deixar isso acontecer em seus momentos de crise, porque escuto minhas clientes falando sobre suas dores e adoecendo porque deixam a energia estagnada do que já passou continuar a agir em seu momento presente, porque acompanho a dor de amigas queridas que tentam iludir seus corpos com fluoxetina, jogando para baixo do tapete o que as incomoda e que precisa de tomada de posição no agora.
A desarmonia, chamada doença, sempre me coloca próxima da morte. Não tenho medo dela. Sinto até um carinho muito grande por ela porque seria uma dissolução no Eterno, assim como o rio quando chega ao oceano. Mas ainda não quero ir. Tenho tanto o que fazer, tenho tantos momento mágicos para viver aqui nesse planetinha complicado e belo junto às pessoas que amo!
Queria mesmo era o colo de minha mãe. Deitaria nele e pediria que coçasse minha cabeça, fazendo cafuné. Ouviria seus sábios conselhos de coragem e ousadia. Mulher forte aquela! Queria o colo do meu pai, dizendo-me que não me preocupasse e que tudo iria ficar bem. Este colo hoje é impossibilitado pela fragilidade de seu estado de saúde e quem dá o colo agora sou eu. Queria poder conviver mais coladinho com o homem que amo e que partiu, como Dom Quixote, convocado para enfrentar seus moinhos.
Então, diante da realidade, sem muitas opções de colo para mim, conecto-me com Francisco de Assis e vivo o ‘é mais alegre dar que receber’ e vou dando colo para filhos, amigas, clientes, meu jardim e meu cachorro. Só preciso um pouco dessas paradas. Abasteço-me no contato com a natureza e na espiritualidade.
Descobri que oro quando escrevo. É aqui, na escrita, que sempre tenho colinho, porque nela sempre estou plena e inteira. Por isso, mais uma vez... Era uma vez... que história vou contar?

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