21.7.09




Já faz muito tempo que sei que somos responsáveis por nossa própria vida. Mas, uma coisa é saber e outra, bem mais difícil, é viver de acordo com o que se sabe.
Não é fácil, quebrar estruturas consolidadas e se jogar de corpo inteiro num mundo desconhecido. O medo aparece, as dúvidas aparecem: e se eu não estiver tomando a decisão certa? e se me arrepender e não tiver como voltar?
Em diversos momentos em minha vida tive que escolher entre vários caminhos. Hoje sei que deveria ter escolhido aqueles que estivessem em conexão com o meu coração, aqueles em que minha alma se rejubilasse. Nem sempre foi assim e me arrependo amargamente pelas escolhas erradas até hoje, por mais que compreenda que fiz o meu melhor naquela época.
Desisti de ser Psi e fui trabalhar com computadores. Caminho errado. Mas foi por causa dessa escolha que conheci mais de perto meu primeiro marido e graças ao nosso casamento tenho uma filha maravilhosa. Errado? Voltei a fazer Psi, abandonei meu emprego certinho que me deixava infeliz todos os dias, mas que me daria uma aposentadoria segura – e valeria a pena uma vida triste para uma velhice tranqüila?. Matar ou não matar um filho indesejado? Com toda certeza, escolhi o absurdo. Mas a vida me deu a chance de escolher novamente, numa situação bem difícil, com um bebê com sério comprometimento cerebral, e escolhi a vida. Quando a gente não aprende pelo amor, aprende pela dor. Também aprendi a perdoar e me casei com meu amigo que havia me abandonado com um filho seu na barriga. Tivemos mais dois filhos incríveis e, se a vida rebobinasse, viveria tudo isso de novo. Aprendi muito com esse meu companheiro e resgatei minha energia feminina no processo de enfrentamento com seu machismo. Compreendi o que queria como mulher e comecei a ficar mais atenta aos sinais do Universo. Aí, a vida me trouxe de volta meu Príncipe Encantado da adolescência e meu coração acordou para o prazer de ser amada e cuidada. Havia esquecido como era bom ser chamada de ‘meu amor’, como era bom receber carinho na cabeça para que a dor de ouvido passasse. Neste momento decidi que, como mulher, não aceitaria menos da vida: queria, de novo, viver uma história de amor assim, plena e feliz. Separei-me novamente, com muita dor e sofrimento, e comecei a caminhar atenta ao que encontrava pelas estradas. Não reencontrei meu Príncipe, mas a vida me deu um Rei. Estou feliz, ganhando afagos, carinhos, fazendo muito amor e, principalmente, vivendo uma vida encaixada em outra vida. Meu Rei me disse uma vez: ‘Há encontros que não podem ser desencontrados’.
Com o tempo fui aprendendo que a Psicologia não me daria as respostas que procurava. Aprendi um pouco de tarô, astrologia; fiz iniciação em cura espiritual; conheci o xamanismo; fiz formação em vidas passadas e em transpessoal. Claro que valorizo o conhecimento acadêmico, formal, mas confesso que a sabedoria popular me fascina muito mais. Encanto-me com a beleza da natureza e tento, através da escrita, aproximar-me do Inatingível, traduzindo Sua grandeza na linguagem das palavras.
Humildemente, curvo-se diante do Mistério.
A grande lição? Os caminhos da vida são tortuosos e precisamos compreender o grande quebra-cabeça que é nossa existência aqui na Terra.
O que virá daqui para frente?
Não sei. Apenas digo:
- Pai, em Tuas mãos eu entrego o meu Espírito. Faça-se em mim, segundo a Tua vontade.
Pois, afinal, foi isso que combinei com Ele antes de vir para a Terra: experiência que me ajudassem a evoluir, a me tornar mais iluminada, mais inteira, com toda minha luz e minha sombra. Só que não lembro. E aí Ele precisa ficar enviando uns recadinhos de vez em quando.
Quando vai batendo um desespero, quando as provas vão ficando muito pesadas, olho para o céu e penso ‘as estrelas estão lá, mesmo que não as veja no momento’ e isso me dá um confiança imensa que tudo sempre está certo.


Um comentário:

Juliana disse...

patricia que palavras mais lindaas! realmente, foram todos esses pontinhos do universo que me fizeram labmrar do teu blog e ler aquilo que eu tava exatamente procurando! muitas saudades suas! muitas mesmo! vamos marcar?
um beijo, juliana lins