27.8.09




Fotos: Roberto Arrais


Realizei um sonho que acalento há muito tempo: estou escrevendo no quarto de estudos de nossa casa de praia. Agora temos internet e impressora e sempre vou poder trazer o notebook. Uau! Nem acredito. Da cadeira onde estou sentada, vejo o mar e escuto a música dos coqueiros. Também ouço o canto dos pássaros. Há uns pretos e outros bem conhecidos, os bem-te-vis. O céu está azul, sem nuvens. A rede balança suavemente, seguindo as ordens do vento. No quarto, muitos livros me envolvem. Se eles pudessem falar e eu pudesse escutar tudo que têm para me ensinar, tenho certeza que contaria histórias fantásticas. Talvez, aos poucos, consiga ficar amiga deles e me revelem seus segredos. Estou feliz, muito feliz, sentindo que começo a me reconectar com o que vim fazer aqui na Terra. É estranha a sensação; há um reconhecimento, como se tudo fosse familiar.
Estava pensando que também realizei outro sonho, o de publicar a história de boca que contava para meus filhos. E faz tempo que sonhei isso. Acredito que quando queremos uma coisa, de verdade, e o nosso desejo segue o caminho do Amor, o Universo todo conspira para que isso se manifeste em nossas vidas. Mas é preciso que tenhamos coragem para nos lançarmos no sonho.
Por falar em sonhos, o mundo onírico é realmente mágico, uma outra dimensão.
Vim para a praia, junto com meu marido e minha filha, porque queríamos ver as duas luas, a Lua e Marte. Adormecemos, no mundo real não houve esse encontro, mas eu vi duas luas, lindíssimas, num céu cheio de estrelas e ainda as vi, enormes, amarelas, saindo do mar, uma ao lado da outra. Isso aconteceu num sonho que tive esta noite. Nele, além do presente das luas, encontrei-me com minha babá. Eu sabia que ela estava morta e sei, de uma forma que não consigo explicar, que nos abraçamos de verdade. Eu fiquei tão feliz. Pedi-lhe que protegesse meus filhos; respondeu que estava sempre cuidando deles e me falou que também cuida das filhas de minha irmã. Sei, em minha alma, que nos encontramos mesmo e que também vi as luas. Não importa se essas coisas aconteceram nessa dimensão, que conhecemos, ou em outra, que ainda não compreendemos, mas vivi estas experiências e me lembrarei delas para sempre.
O que é real? O que é imaginação?

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