14.12.09


Como ser uma boa escritora? Ler, ler, ler; escrever, escrever, escrever; rever, rever, rever. Começar tudo de novo. É um trabalho lindo e muito solitário. As ideias chegam, pode ser até durante um banho se percebe o que está acontecendo direito. De repente, pumba, estão ali.
Por que nos testes vocacionais não aparece a opção escritora?
Como não perecebi antes que ser escritora é a minha vocação? Foram tantas as pistas, tantos os sinais. Sempre adorei livrarias, papelarias, aquele cheiro delicioso que só os livros têm. Desde pequena que tenho máquina de datilografia, blocos e canetas. Escrevi diários, poemas, pequenas estórias (à época, era assim que se grafava). No recreio, biblioteca. Melhor presente, livros. Momento mágico, chuva, cama, lençol e travesseiro, um bom livro.
Talvez, uma possibilidade de resposta, seja que não é fácil trilhar o caminho para ser autora da própria vida e de suas histórias. Precisei de alguns anos em companhia de Freud para ter a coragem de tirar máscaras e enxergar minha própria face.
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Estou com saudade de minhas amigas. Depois das mudanças que vivi, não as tive mais como companheiras de viagem. Hoje já consigo compreender o porquê do nosso afastamento. Acho que se sentiram traídas. Começaram sendo amigas de uma estudante recatada, que virou uma mulher independente no mundo dos bits e bytes, que virou psicóloga, que virou educadora, que virou empresária, que virou ongueira, que virou bruxa, que virou escritora. E, aí, cadê a estudante recatada? Como poderiam achar nesta, aquela amiga lá do início? Foram tantas que vieram, que aconteceram, que fica difícil saber quem é a mulher que hoje habita a amiga de outrora.
Isso sem falar na vida amorosa. Primeiro, tivera o nome de batismo; um nome grande, mas bonito, lindo mesmo. Com o primeiro casamento, primeira troca de nome. Não era mais T.S.D.V., agora, T.A. O tempo passou, separou-se, casou-se novamente: T.C., surgiu. O tic-tac soou por mais um período e veio outra separação, outro casamento e o nome agora era T.P.F. Quando parecia que tinha se aquietado, nasceu outra, nova: T.V.A., fruto de outra separação e outro casamento. Como deveria ser o seu nome depois de tantos nomes? T.A.C.P.F.A.? Será que este seria o nome que representaria todas as experiências da vida que tivera? Ou deveria ser T.S.D.V., pois, apesar das mudanças, sua alma permanecera a mesma?

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