25.4.11

Encontrando o xamanismo siberiano - parte 5

Fizemos vários trabalhos de resgate do Sagrado do Feminino. O mais significativo foi o de Magia de Cleópatra em que aprendemos a fazer maquiagem, como uma atividade meditativa, tornando-nos verdadeiras Deusas. Sirena conduziu esse encontro, exclusivo para as mulheres.

Aprendemos também a elevar o nosso nível de energia com movimentos pélvicos semelhantes ao símbolo de infinito (o nosso famoso oitinho). No final dessa vivência estávamos todos com muiiiiiiiiiiiiito calor. Houve ensinamentos para rituais de rejuvenescimento com massagens energéticas na face.
Todos os dias fazíamos meditação dinâmica, onde dançávamos músicas específicas para o trabalho de elevação de energia pelos sete chakras. Existe um cd xamânico com músicas para essa atividade. No Brasil ele é vendido por R$ 50,00; na Sibéria, por U$ 50.00. Os xamãs pregam um mundo harmonioso, sem divisão de países. Imagine o arrependimento de quem deixou para comprar o cd lá!!
Fiz uma consulta com o grande xamã que reconheci no ônibus (chamava-o carinhossamente de ‘meu velhinho’, devido aos seus lindos cabelos brancos) e me organizei para um ritual de iniciação em Cura Espiritual. Foi um ritual muito bonito, onde fui vinculada à egrégora de Shambala. Recebi uma pedra azul para utilizar nos rituais que conduziria depois.
Uma das questões que levantei no encontro com o xamã foi a minha solidão no trabalho espiritual e os compromissos com minha família que limitariam as minhas possibilidades de atuação. Na saída havia algumas peças, talismãs, para venda e comprei um colar e uma pulseira que tinha três medalhas penduradas nela, onde cada medalha representava uma área da minha vida: família, prosperidade e espiritualidade. Quando subi para o salão de encontros a medalhinha da família caiu; recoloquei-a no lugar; logo depois ela caiu novamente. Uma xamã percebeu o que estava acontecendo e me aconselhou a não colocar a medalha no lugar até que ela tivesse uma resposta dos espíritos através da meditação. Alguns dias depois ela me procurou e me disse que não poderia colocar a medalha na pulseira, pois os amuletos atraem a energia de ataque ao que estão protegendo e que eu precisaria re-organizar a minha relação com minha família e realizar a minha ‘missão’. Orientou-me a enterrar a medalha em Altay ou levá-la numa caixinha para o Brasil e colocá-la num altar em minha casa. Escolhi a segunda opção. Há pouco tempo outra medalhinha caiu. Qual o significado disso?
Só conseguimos falar com nossas famílias no dia da saída de Altay. Foi com muito amor e emoção que consegui falar com meu marido. Na Sibéria, fiz essa oração por meus amores:


Oração pelos Meus Amores!

Namastê!
O Deus que está em mim, saúda o Deus que está em você!
Que a Energia amorosa do Universo ilumine o seu caminho!
Que a Energia Divina flua através de você!
Que você manifeste todos os seus dons de Divindade, encontrando, assim o seu Coração!
Que a abundância cósmica seja uma constante no seu caminhar, expressando-se através dos espíritos do Amor, da Saúde, da Paz, da Família, do Trabalho, da Alegria, da Criatividade, do Dinheiro, da Amizade, da Solidariedade, da Aceitação e da Coragem!
Que o pulsar do seu coração seja um canal para que Deus ame através de você todo o mundo e realize todos os seus desejos!
Namastê!


Levamos as malas para o ônibus e um amigo nosso ficou surpreso como ele não conseguiu tirar do chão uma sacola que um dos xamãs carregou com a maior tranqüilidade.
Saímos de Altay, rumo a Novsimbinsk, para o encontro com o Mestre Bogomudr Altay Khan. Antes da partida, uma última olhada, uma saudade e a certeza da magia de Altay.



Altay Sagrado

O cume das montanhas,
o canto dos pássaros,
o frio do vento,
a leveza da neve,
o fluxo do rio,
a solidez das rochas,
a segurança das árvores.
Tudo isso se manifestando
através dos espíritos de Altay.
Nessa manifestação, o encontro com o Divino.
Tantos medos, tanta insegurança, tantos desafios.
Mas Deus, com o seu Amor maior,
envia-nos o espírito da Coragem e, de repente,
tudo isso se torna uma coisa só.
Somos Uno!
Aum!


A viagem de trem foi muito mais tranqüila, pois tomamos um chá que nos ajudou a dormir.
Ficamos num local muito agradável e passamos o dia inteiro em preparação para o grande encontro.
Tivemos um encontro com lindas mulheres russas, as Sacerdotisas, que estão sempre com o Mestre nos locais em que vive, pois ele fica escondido nas montanhas. Elas falaram para cada um dos participantes do grupo sobre o que viam sobre nossa alma, em encontros individuais. Momento muito emocionante, mas que não registrei direito, na forma racional. Quando finalmente o Mestre chegou e passou na minha frente, dando-me um amuleto, levantei o meu rosto para olhá-lo e, simplesmente, não sei explicar o porquê, não consegui ver sua face, pois uma luz forte refletiu de seu rosto e me cegou por instantes. Acompanhei seu percurso até a saída da sala e seu gorro russo ia caindo quando passou pela porta e ele o segurou. Por isso, sei que tem mãos. Fiquei muito impressionada e quando pudemos falar novamente perguntei para as pessoas que estavam no grupo, umas trinta, como era o rosto dele. Ninguém havia conseguido ver!!!! Até hoje não compreendo o que aconteceu.
Depois desse encontro fomos dormir e iniciamos, ainda de madrugada, a nossa viagem de volta para o Brasil. Quando estávamos no aeroporto de Novsimbinsk, um primo de uma companheira nossa, de Recife, ligou para o celular dela e não acreditava quando ela dizia que estava na Sibéria. Nesse momento fui fotografá-la ao telefone e logo que o flash estourou um policial chegou avisando que era proibido tirar fotos no aeroporto.
Em Moscou conseguimos sair do aeroporto e conhecermos a Praça Vermelha. Que emoção!!! Tudo é lindíssimo e muito luxuoso. Bem diferente da pobreza da Sibéria.
Fomos almoçar no shopping center, onde tudo era de mármore e granito e as lojas eram de grifes famosas. Aproveitamos o momento e a irreverência e almoçamos numa MacDonalds, em plena Rússia.
Só podemos expor os amuletos quando chegamos à Suíça.
Aproveitamos a parada no aeroporto e fizemos nossa higiene pessoal.
Ao pousarmos no Brasil, senti uma alegria imensa: sol, cores, liberdade. Comecei a cantar: “Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza!”.
Afinal, o mantra dos brasileiros, que encantava a todos os outros do grupo era “Alegria!!!”.

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