26.4.11

Encontrando o xamanismo siberiano - parte 6

6. Voltando a Recife


Chegamos a Recife com uma enorme energia. Meus filhos e meu marido me esperavam no aeroporto e fiquei muito feliz com nosso reencontro. Vim para casa e ainda fui para uma festa numa cidade do interior.
A crença na cura espiritual se fez presente em minha prática clínica e muito dos ensinamentos que recebi do xamanismo começaram a fazer parte da minha vida cotidiana.
Eu, Ana e Lígia organizamos um trabalho sobre o xamanismo siberiano (que segue mais à frente no texto) e apresentamos o conhecimento sagrado para toda a turma de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco, sob a coordenação de Frei Tito. Tivemos que estudar mais sobre o xamanismo e descobrimos coisas incríveis. O nosso trabalho foi um sucesso e as nossas vidas nunca mais foram as mesmas.
Promovemos uma meditação dinâmica para compartilharmos com nossos amigos o que havíamos aprendido na Sibéria.

7. Perun em Recife

Organizamo-nos para receber Perun. Ana não quis mais coordenar o trabalho e Lígia estava vivendo um momento pessoal de muitas transformações. Por isso, assumi com a ajuda de companheiras especiais – Andréa e Suzy -, toda a agenda de Perun em sua primeira vinda a Recife
Na segunda vez que veio a Recife, Perun contou com Luciene, grande amiga, para organizar sua agenda.

8. Xamanismo Siberiano – Palestra de Perun

(Palestra realizada em Recife/PE, no programa de pós-graduação de Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco. - transcrição livre)

O Xamanismo tem mais de 40.000 anos de desenvolvimento.
Um xamã é um homem que conecta o mundo das pessoas com os outros mundos; ele é um canal entre esses mundos; um poeta genial é um xamã quando transmite energia amorosa.
Antigamente, as tribos, os reis, os faraós tinham seu próprio xamã, que não tinha envolvimento social, mas sabia de tudo.
Sempre foram realizados rituais xamânicos com o objetivo de puxar a energia e manter o estado elevado dessa energia.
Um xamã poderoso tem muita energia e viaja por diversos universos, realizando pesquisas como os cientistas. Porém, existe uma diferença: ele realiza essas pesquisas através de suas percepções.
O homem comum tem um campo pequeno de percepções, pois só utiliza como recursos os seus cinco sentidos. Mas existem muito mais possibilidades. Através da intuição os xamãs podem prever eventos, pois percebem coisas além do mundo comum, sentem realidades diferentes, viajando pelo passado e pelo futuro, em diferentes mundos.
Quando um homem atinge um elevado nível de consciência, ele tem a consciência de todo o Universo.
Houve um tempo que os xamãs faziam uso de chás ou de algumas outras substâncias alucinógenas, porém eles perceberam que dessa forma não havia total controle sobre seus corpos e sobre as viagens que faziam. Hoje, as viagens xamânicas são realizadas alterando-se o estado de consciência do xamã, mas o seu corpo está sob controle e ele pode decidir aonde ir, quando (em que época) e retornar quando quiser para onde estava.
Existem diversos tipos de vida que não têm corpo físico, mas têm um elevado nível consciente de energia. Estes são os ‘espíritos’. Os espíritos podem se tornar auxiliares. Um xamã poderoso tem muitos espíritos auxiliares, que os ajudam a realizar o processo de cura.
A cura xamânica é diferente da cura realizada pela medicina, pois os médicos curam o corpo comum, no campo comum de nossa percepção. O xamã vê que as doenças de um homem, em seu corpo físico, estão relacionadas com as diferentes situações vividas, com vidas passadas, com as influências energéticas negativas.
Um xamã não pode conhecer o xamanismo apenas pelo estudo do conhecimento sagrado; ele precisa viver as experiências xamânicas.
Um homem descobre que é um xamã através da ‘crise xamânica’, que geralmente vem associada com uma doença. Ele vai percebendo que a energia dele é muito maior e, no auge da crise, lembra-se de tudo, de todo o conhecimento que já foi experienciado em todas as suas vidas.
Então, aliando sua experiência ao conhecimento sagrado, o xamã cura realizando mudanças no mundo dos homens. Eis alguns pontos que devem ser observados numa cura xamânica:
1. o xamã nunca faz nada com o seu próprio poder;
2. a cura nunca é feita com a energia do curador, pois ele é apenas um canal; se der sua energia, pode adoecer e morrer;
3. o xamã tem que ver a razão profunda da doença, pois faz uma viagem xamânica ao mundo do doente.
Somente um xamã pode curar a loucura, pois ele vai a outros mundos buscando onde está a percepção do louco e traz essa percepção para o mundo atual.
O Psicanalista também tenta sentir o mundo interior e ajudar as pessoas. Porém, ele só trabalha no mundo mental, utilizando um sistema de símbolos. O xamã talvez não use uma palavra, mas faz uma intervenção energética direta, buscando bloqueios cármicos (ciclos que se repetem na vida). A cura xamânica desfaz o nó cármico. O xamã faz isso com o poder superior e ele tem consciência de todo o processo.
Todo homem é influenciado por uma hierarquia. Tudo que um homem faz retorna para ele. Por isso, ele precisa ficar atento, percebendo sempre quais são suas verdadeiras intenções. Um homem só fica livre da lei do carma se está iluminado. Na Terra não há essa liberdade, pois somos regidos pelas forças do destino e de nosso poder pessoal. No nosso planeta existem os Mestres, que são homens que direcionam uma grande quantidade de energia.
O xamã puxa energias negativas, promovendo mudanças nas vidas das pessoas, quebrando programas de insucesso e de hábitos energeticamente fracos. Ele não procura curar apenas o corpo físico ou liberar o homem de suas dificuldades, mas tenta conectar o homem com essa força superior, harmonizando o homem com tudo que está à sua volta.
Os xamãs sabem que os homens são muito influenciados por espíritos e que nem sempre as energias desses espíritos são de luz. Há também xamãs negros que buscam poder, riqueza e usam magia negra. Porém, eles precisam ter muito cuidado, pois a energia que eles direcionam para o mundo sempre retorna para eles.
Qualquer pessoa pode começar a aprender o conhecimento xamânico. Mas para ser um forte xamã é necessário que o homem seja escolhido, às vezes até contra sua vontade. Quando ele desenvolve muitas de suas supercapacidades pode se tornar um mestre.
No começo dos tempos só os xamãs desenvolviam suas super habilidades, através de rituais mágicos, onde entravam em contato com as energias de luz e sombra. Porém, muitas religiões se tornaram rituais vazios, pois não mais buscam a iluminação, com o elevado nível de energia, mas buscam apenas o controle social.
Para o xamanismo existe uma hierarquia cósmica regida por noventa e seis leis e cada homem possui sete níveis de consciência, onde cada um desses níveis apresenta diferentes níveis de energia. O homem seria como uma sociedade de espíritos e os espíritos superiores coordenam os outros.
A cura xamânica desperta os espíritos superiores do homem.


9. Fundamentação teórica

Xamanismo Siberiano

(Trabalho apresentado na disciplina Antropologia das Religiões pelas alunas Ana Maria Lyra, Lígia Feijó e Patrícia Vasconcellos.)

O Xamanismo é um conhecimento muito antigo, com cerca de 40.000 anos, oriundo das tribos siberianas – povos tungus, que se espalhou pelo mundo. Mantém uma relação íntima com a natureza e a ancestralidade, gerando possibilidades de cura.
O antropólogo Michael Harner, em seu livro ‘O Caminho do Xamã’ (2002) nos oferece uma excelente descrição do processo de cura no xamanismo:

“O Xamanismo é uma grande aventura mental e emocional, onde tanto o paciente como o curandeiro xamã ficam envolvidos. Através de sua heróica viagem e de seus esforços, o xamã ajuda seus pacientes a transcenderem a noção normal e comum que têm acerca da realidade, inclusive a noção de si próprios como doentes. Faz sentir aos seus pacientes que eles não estão emocional e espiritualmente sozinhos em suas lutas contra a doença e a morte. Faz com que eles partilhem de seus poderes especiais, convencendo-os, em profundo nível de consciência, de que há outro ser humano desejoso de oferecer seu próprio Eu para ajudá-los. A abnegação do xamã provoca no paciente um compromisso emotivo correspondente, um senso de obrigação de lutar ao lado do xamã para se salvar. Zelo e cura caminham juntos”.

O xamã é aquele que, consegue entrar e sair dos diversos estados alterados de consciência quando quer, trazendo ensinamentos e curas para si e para os outros, com técnicas que lhes são exclusivas e a ajuda de espíritos auxiliares, ou entidades. Ele pode acessar diversas dimensões (realidade habitualmente oculta), entrar em contato com espíritos auxiliares em seus trabalhos de cura, autocura e expansão da consciência. Distingue-se de mágicos e curandeiros pelo uso que faz do estado de consciência chamado de êxtase – onde sua alma deixa o corpo e sobe ao céu ou desce ao submundo para trabalhar na cura de um paciente, restaurando a energia vital ou extraindo a energia negativa. As técnicas xamânicas são simples e eficazes, mas exigem autodisciplina e dedicação. O estado xamânico de consciência observa as percepções do estado comum de consciência como ilusórias, assim como as pessoas em seu estado comum de consciência entendem as percepções do estado xamânico de consciência como ilusórias. A vantagem do xamã é que ele transita entre esses dois estados, conforme a sua vontade. Na perspectiva xamânica o conceito de fantasia não existe, pois tudo na natureza tem seu lado oculto, uma realidade incomum. Todas as coisas são dotadas de espírito: a doença, a alegria, a tristeza, a prosperidade, as pedras, as plantas, o fogo, a água, o ar, etc. O xamã está sempre acompanhado de seu espírito guardião e espíritos auxiliares. Tem o dom da cura, e supercapacidades, como clarividência, visão do passado, presente e futuro. Se for necessário usar droga num ritual de cura, é o xamã quem a toma, mais raramente o xamã e o paciente, pois é usada para atingir um estado elevado de consciência e isto é de responsabilidade do xamã. A dança é utilizada não somente para entrar em estados xamânicos de consciência – transe, mas também para revitalização e harmonização dos chacras, canalização da energia sexual, despertar da kundaline, etc. O tambor e o chocalho são instrumentos que facilitam esse processo, assim como o hamus, utilizado também para atrair espíritos – da beleza, da alegria, da prosperidade, da cura, etc. Na Sibéria, os xamãs referem-se aos seus tambores como cavalos ou canoas, que os transportam ao mundo profundo ou ao mundo superior.
A conexão entre o mundo dos humanos e o mundo dos animais é essencial, pois através do seu animal de poder o xamã faz conexão com o poder do mundo animal.
O xamanismo é uma atividade parcial. O mestre xamã participa ativamente nas questões econômicas, sociais e políticas da comunidade. Um xamã poderoso atua com sucesso nas duas realidades diferentes, a xamânica e a comum.
No Xamanismo a manutenção do poder pessoal é fundamental para o bem-estar. Não há distinção entre ajudar a si próprio e ajudar aos outros. Ajudar aos outros além de ser uma fonte de júbilo proporciona o aumento de poder. O Xamanismo vai além de uma transcendência egoística da realidade comum, pois tem como propósito o auxílio à humanidade.
Ao praticar o Xamanismo, você encontrará o seu caminho, sozinho. A citação do livro ´Saber do Xamã Siberiano’ ilustra bem esse conceito:
“A Felicidade independe de qualquer caminho, até mesmo do mais atraente. Ela encontra-se na liberdade sem qualquer obrigação de percorrer uma estrada após entender que todas elas nada mais são que um simples sonho”.
O Xamanismo Siberiano tem uma forma muito especial de compreender a criação do Universo, trazendo a concepção de quatro reinos. Eis a sua abordagem (livro ´Saber do Xamã Siberiano’).

COSMOLOGIA

Os Quatro Reinos

No início era apenas o oceano primordial da inexistência, Díi, o Deus principal. Resolvendo criar o universo, transformou-se em cisne e botou o ovo de ouro – seu filho, Svarog, Deus do nosso universo conhecido. (1) Svarog dividiu o ovo em duas partes, (2) em cima, (3) em baixo – o céu e o inferno. Da clara, (4) no meio, fez-se a terra. A terra tornou-se sua esposa Lada e juntos deram a luz a todos os deuses, criando assim os 4 reinos:

1. O Reino de Tengri – A eternidade
2. O Reino de Érlik – O passado
3. O Reino de Ulguém – O Futuro
4. O Reino de Umai – O Presente

Todo esse politeísmo não é nada mais do que a expressão de um único e verdadeiro Deus, Díi. Em miniatura, cada ser humano constitui o universo contido no ovo de Svarog, sendo uma face, um aspecto, uma expressão do único Deus, é Díi, o cisne, o espírito puro, o não existir.

O Arco de Tengri

De seu arco, Tengri dispara a flecha que penetra Umai, e na terra nasce um novo ser. A Flecha é um ser animado, composto de 5 partes – almas:
1. Kut (alce – energia vital – reino de Umai);
2. Sur (corpo – alma humana – Terra ), Corpo;
3. Tios (peixe – alma do reino de Érlik), Pensamentos;
4. Bos (pássaro – alma do reino de Ulguém), Sentimentos, Inteligência;
5. Ayi (olho onividente – alma do reino de Tengri).

Com a chegada da morte, a flecha se quebra e as almas partem, cada uma em direção ao seu criador.
A finalidade máxima do ser humano é despertar a alma Ayi, cuja função é observar, contemplar o trabalho da inteligência, do sentimento e do corpo. Para isso, precisa ampliar sua alma Kut, livrar-se dos pensamentos fracos da alma Tios, desenvolver sua alma Bos, direcionando-a para o caminho espiritual. Para ser um xamã, o ser humano precisa “desenvolver também a alma Sur e estar consciente de não apenas viver no mundo físico, mas, sobretudo, no universo do devaneio, das imagens, das alucinações”... até porque, “é no mundo dos sonhos que habita a alma Sur”.
Em seu livro ‘Círculo de Xamãs’ (2002), Olga Kharitidi faz um emocionante depoimento sobre as transformações ocorridas em sua via profissional após as suas vivências xamânicas em Altay:

“Apesar da recuperação dramática de minha paciente, algum tempo depois as minhas experiências em Altay ainda criavam uma considerável confusão profissional para mim. Entre outras coisas, eu agora achava difícil não poder traçar uma linha distinta entre a teórica irrealidade da psicose e a normalidade supostamente firme da sanidade. Então com a ajuda do ato de escrever e através da descoberta do meu poder de cura interior, a minha confusão foi substituída por uma compreensão mais profunda da natureza humana, que me ajudou a me tornar uma médica mais confiante e eficiente.
Comecei a estudar rituais nativos e cerimônias de cura, e a aplicá-los na minha prática junto com o tratamento convencional, criando novas formas de terapia. A crença siberiana na animação total – que tudo que existe está vivo, possui seu próprio espírito, e pode ser contatado – se tornou uma das minhas ferramentas psiquiátricas mais úteis. Descobri o que os xamãs querem dizer quando afirmam que cada doença possui o seu próprio espírito.” (p. 194)

Abordando ainda sobre o processo de cura, Harner (2002) nos diz que:

“O recente acúmulo de dados experimentais que comprovam que os profissionais iogues e de casos regenerativos podem manipular processos físicos básicos, antes considerados pela medicina ocidental incontroláveis pela mente, é apenas uma parte do novo reconhecimento da importância que a prática espiritual e mental têm para a saúde. Particularmente estimulante e implicitamente a favor da abordagem xamânica da saúde e da cura é a nova evidência médica de que, em estado alterado de consciência, a mente pode pôr em ação o sistema imunológico do corpo, através do hipotálamo. É possível que, com o tempo, a ciência venha a descobrir que a mente inconsciente da pessoa que é tratada pelo xamã, sob a influência do som lento, está sendo “programada” pelo ritual a ativar o sistema imunológico do corpo contra a doença.
O campo da medicina holística que vai desabrochando cada vez mais, mostra uma extraordinária quantidade de experimentos que se dirigem à reinvenção de várias técnicas há muito praticadas pelo xamanismo, tais como, a vidência, o estado alterado de consciência, aspectos da psicanálise, a hipnoterapia, a meditação, a atitude positiva, a redução do esforço e a expressão mental e emocional da vontade para obtenção da saúde e da cura. Em certo sentido, o xamanismo está sendo reinventado no Ocidente, precisamente porque está sendo necessário.”


10. Reflexões Finais ou Iniciais

Entendo que o conhecimento xamânico é um conhecimento contemporâneo, pois como L. Strauss, acredito que a ciência ocidental não explica tudo: há a arte, a poesia e os mitos.
O xamã reencanta a ciência quando faz ciência trabalhando com uma percepção ampliada da realidade.
Estou buscando essa forma de compreender o Universo. Não consegui ainda integrar na minha subjetividade tudo que vivenciei através do conhecimento xamânico.
Autores renomados fundamentam minhas experiências: Jung, L. Strauss, Morin e tantos outros. Meu cotidiano respalda o que me dizem os xamãs. A minha prática clínica buscando a cura espiritual, traz-me uma nova forma de fazer terapia.
Como integrar tudo isso numa ciência que insiste num ideal inalcançável de restrita objetividade? O que fazer?
Talvez a resposta esteja na simplicidade e na sabedoria de Francisco de Assis:

Doce é sentir em meu coração
Humildemente vai nascendo o amor
Doce é saber, não estou sozinha
Sou uma parte de uma imensa vida
Que generosa reluz em torno a mim
Imenso Dom do teu amor sem fim
O céu nos deste e as estrelas claras
Nosso irmão sol, nossa irmã a lua
Nossa mãe terra com frutos, campos, flores
O fogo e o vento, o ar e a água pura
Fonte de vida de tua criatura
Imenso Dom do teu amor sem fim
Imenso Dom do teu amor sem fim!!!


Entender que somos todos Uno, que “há muito mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia”, ou ainda, “que o essencial é invisível aos olhos” não é uma tarefa fácil.
Lembrei-me de que certa vez estava realizando um mergulho com cilindro e observei que a roupa de meu companheiro de mergulho tinha uma faixa vermelha. À medida que descíamos, o vermelho da faixa desapareceu e se tornou cinza. No momento da subida, a faixa voltou a ficar vermelha. Onde está a verdadeira realidade, objetiva e observável? Numa outra ocasião, estava numa praia distante dos centros urbanos e houve uma longa interrupção no fornecimento de energia elétrica. O céu ficou maravilhoso, completamente cheio de estrelas que me hipnotizavam e capturavam o meu olhar e a minha alma. Depois de certo tempo, o fornecimento da ‘luz’ foi normalizado e não via mais as estrelas, mas elas ainda estavam lá. Mais uma vez, a pergunta, ‘o que é a realidade?’.
Às vezes as pessoas questionam se isso tudo que os xamãs falam e fazem não é balela, enganação, uma tentativa de ganhar dinheiro explorando a ignorância das pessoas, ou ainda, uma magia negra, onde buscam apenas poder. Talvez, a partir do paradigma que predomina na sociedade ocidental, esses argumentos encontrassem alguma ressonância. Porém, não é assim que sinto intuitivamente dentro do meu coração, nem foi dessa forma que percebi nos momentos de minhas experiências com os xamãs. Além disso, minha vida não é mais a mesma, a minha compreensão de mundo não é mais a mesma, eu não sou mais a mesma.

Namastê!


Referências Bibliográficas

Centro Esotérico Internacional Altay de Ouro (2002). Livro do Saber do Xamã Siberiano.
Harner, Michael (1995). O Caminho do Xamã: um guia de poder e cura. – São Paulo: Cultrix
Kharitidi, Olga (2001). Círculo de Xamãs: uma iniciação aos segredos da antiga sabedoria siberiana. – Rio de Janeiro: Rocco
Gramacho, Derval e Gramacho, Victória (2002). Magia Xamânica: roda de cura. – São Paulo: Madras
Walsh, Roger N. (1993). O Espírito do Xamanismo: uma visão contemporânea desta tradição milenar. – São Paulo: Saraiva




Um comentário:

Anônimo disse...

Você sempre nos passa uma energia muito boa. Um beijo muuuuuuuuuito carinhoso.
Taci