3.10.11








Fotos: Roberto Arrais


Ando lendo e pensando sobre a Paz. Será a Paz a ausência da guerra? Poderá a Paz conviver com a fome? E com a destruição de Gaia? Haverá Paz enquanto homens explorarem outros homens?


E aí me lembrei do currículo da educação formal praticado na maioria das escolas do mundo. Que história contamos? Por que apresentamos como herois aqueles que venceram, na nossa perspectiva, guerras contra outros povos e mataram pessoas, destruíram territórios, exterminaram culturas? Serão esses os líderes que queremos como exemplos para as gerações do presente e do futuro? Devemos visitar o passado para aprender com ele e não repetir os mesmos erros.

Tenho um amigo alemão que me contou que lá, no país dele, a história da segunda guerra é contada e recontada durante todo o período escolar para que aquele horror mais nunca se repita. Visitando no Chile um Memorial à época dos anos difíceis, li e ouvi várias vezes, ‘Nunca mais.’.

No Brasil, como anda nosso aprendizado de história? Quase que exterminamos a cultura indígena, destruímos seus territórios, seus costumes, impusemos uma língua e uma religião. Achamos que sabíamos tudo e tentamos domesticá-los. Ledo engano. Descobrimos tardiamente que os mestres eram eles. Vamos às universidades para aprender sobre desenvolvimento sustentável. Já os índios vivenciam a sustentabilidade. É muito diferente.

Agora, depois de reconhecermos que erramos em quase tudo, no que se refere a crescimento econômico e destruição de recursos naturais, estamos vivendo no país um momento de grande retrocesso com a proposta indecente do novo Código Florestal e com a construção da usina de Belo Monte. O cacique chorou e devemos chorar junto com ele.

Será que é impossível para a espécie humana viver em harmonia? Está na hora de aprendermos com as outras formas de existência o real significado da palavra Paz.


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