12.4.11

Viagem ao Chile - parte 1

Chegamos ontem ao Chile. O voo, apesar de cansativo, foi muito tranquilo. Ao desembarcar em Santiago não fiquei tensa, como me senti em Moscou, quando vi mulheres com as caras duras, que me lembraram de um campo de concentração. Todo mundo é muito simpático. É gostoso ouvir a língua, além de ser semelhante a do Brasil.
Pegamos uma van (U$ 13.00 ou $6000/pessoa) que nos deixou no nosso aparthotel na Providencia, uma região bem movimentada, cheia de cafés e livrarias. O rio, que corta a cidade, passa ao lado do hotel; há um Parque das Esculturas. O metrô, Las Liones, está há alguns metros. A cidade é muito limpa e arborizada. Calçadas largas, muito trânsito, claro. Vi muitas pessoas fumando, coisa que já não é tão ocmum em minha terra. Queria que os meninos estivessem aqui. É engraçado isso: sempre levamos conosco, não importa o tempo e o lugar, o que trazemos no coração. Eita, que saudade dos meus tesouros!
Depois das orientações básicas de Ana Maria – como ferver a água, como ligar o chuveiro quente – oba! vou tomar banho! ufa! tem banheiro no quarto! – arrumei a bagagem nos armários e no banheiro e fomos comer. Escolhemos um café na calçada. Comemos sanduíche com cerveja mexicana e curtimos o modo de vida de um outro povo. Gostei de estarmos num lugar comum, cercads por pessoas comuns, sem ser um ponto turístico. Havia uma mesa com um senhor de paletó e gravata, outra com um grupo de senhoras, outra com apenas uma – alinhadíssima com sua bengala. As mesas eram pequenas, para quatro lugares, cobertas com toalhas de xadrez vermelho e barnco. Atravessamos a rua e fomos a uma loja de cds para comprarmos os discos dos heróis chilenos de meu marido. Compramos dois; estamos com pouco dinheiro nessa viagem. De lá, seguimos para um supermercado e organizamos nosso café da manhã. Para nosso final de tarde no terraço do 16º. Andar do flat, compramos vinho em caixa – só para experimentarmos. Voltamos para nosso lar aqui, arrumamos as coisas na geladeira e dormimos um pouco. Acordamos, colocamos roupa de banho e fomos para a piscina com nossa taça de vinho. Lá, a vista é linda. O céu estava azul e sem nuvens. O sol ainda brilhava, apesar do relógio apontar para oito horas da noite. A máquina fotográfica trabalhou bastante porque, além da bela vista da cidade, com seus parques e montanhas que a cercam, ao nosso lado, ali, bem pertinho, estava ela, imensa, quase uma miragem, completamente nua, permitindo-nos ver suas ranhuras, seu relevo: a Cordilheira dos Andes. Exuberante, apesar de estar sem a cobertura da neve. É tão grande e poderosa que provoca uma ilusão de ótica, como se a Terra alcançasse o Céu, tema tão comum na mitologia e tão real para meus olhos. Contemplá-la, ao por do sol e ao vento frio, colocou-me numa espécie de transe. A Natureza é a grande Majestade.
Voltamos para o quarto e eu apaguei. Meu marido ainda tomou banho, lanchou, mas não consegui ficar de pé até hoje de manhã. Aqui, o sol acorda mais tarde e tudo só começa a funcionar a partir das 10h. Organizamos nosso café da manhã, com direito à torradeira, lavei a louça, estou escrevendo e vou, finalmente, tomar um banho. Hoje vamos conhecer a cidade: casa/museu de Neruda, Mercado Central, alguns pontos históricos e a Fundação Victor Jara. Vamos ao Centro. No final da tarde tomaremos um café, num dos tantos que embelezam a cidade.







Fotos: Roberto Arrais

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