19.4.11

Viagem ao Chile - parte 6

Depois da visita tomamos um café e seguimos para o Festival do Abraço, no Parque O’Higgins, organizado pelo Partido Comunista e pelas forças de esquerda. Ficamos impressionados com a grandiosidade e a beleza do evento. Mais de 15000 pessoas pagaram $2000/cada para participar da festa. Havia apresentações folclóricas, shows, venda e exposição de livros, revistas, jornais, cds, dvds, todos ligados a temas políticos. Barracas com representações de partidos, de países (Cuba, Venezuela, Bolívia, França), de organizações, de movimentos. Comidas e bebidas, brincadeiras para crianças. Famílias inteiras sentadas ou deitadas pelo gramado do lindíssimo e imenso parque. Havia tendas com fóruns, onde se discutiam temas relavantes para a política no momento: Lei para a Terceira Idade (tivemos a oportunidade de ouvir Mireya Baltra, Ministra do Trabalho de Salvador Allende, que hoje está à frente desta luta), Meio Ambiente, Educação e tantos outros. O público também estava presente nestes espaços, ouvindo discutindo, participando. Lá encontramos o camarada Luis que nos recepcionou no Comitê Central do Partido Comunista. A participação brasileira no Festival foi nenhuma. Vimos um militante com uma camisa do PT, vimos uma bandeira do MST e, entre tantas outras, uma bandeira do Brasil. Que pena! Tomamos algumas cervejas, compramos cds e dvds. Não tivemos $ para bandeiras e camisetas. Saímos de lá por volta das 19h, deixando no Parque uma verdadeira multidão. Pegamos o metrô, voltamos para Providencia, fomos ao supermercado e compramos água – estávamos sem uma gota – e alguns extras – queijo e presunto. Na hora de pagar a conta, cadê os pesos? Havíamos confundido a nota de $2000 com a de $20000. Contamos todas as moedinhas e conseguimos arrumar o $. Gastamos U$50.00 sem sentir. Voltamos para o hotel, os pés pretos pela poeira do Parque, exaustos. Banho, jantar e lona. Às três da madrugada acordei com calor. Abri a varanda, vi estrelas e escutei o silêncio. Fui percebendo uma canção suave, ritimada, que me foi chegando devagar: era a música do Rio Mapocho que me enfeitiçava. Lindo o som de sua correnteza, possível de ouvir pela ausência de movimento de carros na avenida. Ao som de sua canção, fiquei com saudades do Chile. Este é um lugar para se visitar diversas vezes. Não consegui visitar o Museu dos Indígenas – em outras vidas fui xamã entre astecas, maias e incas – e lugares especiais de Santiago, além da casa de Neruda em Isla Negra, Ilha de Pascoa, Andes (com neve e desertos), Lagos Andinos. Como estamos com pouquíssimo $, não comemos em restaurantes, não provamos a típica comida chilena, não compramos seu riquíssimo artesanato, não fizemos farra no Bella Vista. Dentro do impossível, fizemos o possível. Estamos felizes.























Fotos: Patrícia e Roberto Arrais

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