14.11.06

Namastê!

Entendo que o conhecimento xamânico é um conhecimento contemporâneo, pois como L. Strauss, acredito que a ciência ocidental não explica tudo: há a arte, a poesia e os mitos. O xamã reencanta a ciência quando faz ciência trabalhando com uma percepção ampliada da realidade.
Estou buscando essa forma de compreender o Universo. Não consegui ainda integrar na minha subjetividade tudo que vivenciei através do conhecimento xamânico.
Autores renomados fundamentam minhas experiências: Jung, L. Strauss, Morin e tantos outros. Meu cotidiano respalda o que me dizem os xamãs. A minha prática clínica buscando a cura espiritual traz-me uma nova forma de fazer terapia.
Como integrar tudo isso numa ciência que insiste num ideal inalcançável de restrita objetividade? O que fazer?
Talvez a resposta esteja na simplicidade e na sabedoria de Francisco de Assis:
Doce é sentir em meu coração
Humildemente vai nascendo o amor
Doce é saber, não estou sozinha
Sou uma parte de uma imensa vida
Que generosa reluz em torno a mim
Imenso Dom do teu amor sem fim
O céu nos deste e as estrelas claras
Nosso irmão sol, nossa irmã a lua
Nossa mãe terra com frutos, campos, flores
O fogo e o vento, o ar e a água pura
Fonte de vida de tua criatura
Imenso Dom do teu amor sem fim
Imenso Dom do teu amor sem fim!!!


Entender que o somos todos Uno, que “há muito mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia”, ou ainda, “que o essencial é invisível aos olhos” não é uma tarefa fácil.
Lembro-me que certa vez estava realizando um mergulho com cilindro e observei que a roupa de meu companheiro de mergulho tinha uma faixa vermelha. À medida que descíamos, o vermelho da faixa desapareceu e se tornou cinza. No momento da subida, a faixa voltou a ficar vermelha. Onde está a verdadeira realidade, objetiva e observável? Numa outra ocasião, estava numa praia distante dos centros urbanos e houve uma longa interrupção no fornecimento de energia elétrica. O céu ficou maravilhoso, completamente cheio de estrelas que me hipnotizavam e capturavam o meu olhar e a minha alma. Depois de certo tempo, o fornecimento da ‘luz’ foi normalizado e não vi mais as estrelas, mas elas ainda estavam lá. Mais uma vez, a pergunta, ‘o que é a realidade?’.
Às vezes as pessoas questionam se isso tudo que os xamãs falam e fazem não é balela, enganação, uma tentativa de ganhar dinheiro explorando a ignorância das pessoas, ou ainda, uma magia negra, onde buscam apenas poder. Talvez, a partir do paradigma que predomina na sociedade ocidental, esses argumentos encontrassem alguma ressonância. Porém, não é assim que sinto intuitivamente dentro do meu coração, nem foi dessa forma que percebi nos momentos de minhas experiências com os xamãs. Além disso, minha vida não é mais a mesma, a minha compreensão de mundo não é mais a mesma, eu não sou mais a mesma.
Namastê!

Um comentário:

Anônimo disse...

Minha Amada,
Estamos unidos nesta jornada, e, a cada dia aprendo a admirá-la, por sua coragem, persistência e maneira amável de se expressar com o mundo. Que sua felicidade no contagie e nos fortaleça e possamos te dar colo quando quiseres um porto seguro.
Beijos,
Almir Pires